sexta-feira, 29 de junho de 2012

Crescendo com Pitbulls



Meus filhos cresceram convivendo com Pitbulls. Havia muito preconceito contra essa raça,da mesma forma que há ainda hoje, e posso lembrar o quanto eles foram questionados sobre o que pensavam sobre Pitbulls. Eles não sabiam como responder! E não o sabiam porque meus filhos, como todas as crianças, não pensam em termos de raças. “Racismo” é algo que a sociedade incute neles mais tarde, ao longo da vida.

Tenho fotos de André tomando mamadeira deitado sobre o Daddy. A primeira vez que meu filho brincou com água em uma bacia, estava cercado de 20 cães que pulavam por cima dele, jogando água para todos os lados. Eles se divertiam brincando ao ar livre, molhando uns aos outros. Para meus filhos, Daddy foi um companheiro de brincadeiras, um travesseiro para deitar com conforto, um amigo paciente que sempre os compreendia.

Daddy foi incrivelmente sintonizado com todos os membros de minha família. Quando alguém não estava bem, ele percebia antes de entrar na casa e caminhava mais lento, para que eu também percebesse. Ele conhecia a diferença entre adultos e crianças e era muito mais paciente e tolerante com as crianças, quase como um avô. Era assim que minhas crianças o viam – como um amigo compreensivo, e orgulhoso deles. Daddy realizou tanto para enriquecer minha vida e as vidas de meus filhos.

Quando escuto histórias de pais querendo separar seus filhos de pitbulls, fico triste pelas crianças. Há crianças deficientes que preferem ler para um cachorro do que para um humano, até para seus próprios pais. Isso acontece porque o humano vê uma criança deficiente e o cão vê apenas o que a criança está necessitando: ser aceita. Esse tipo de separação também me faz sentir tristeza pelo cão, porque ele impede que o cachorro possa demonstrar suas qualidades como cão de trabalho.

Que tipo de mensagem estamos enviando a nossos filhos, se falamos eu amo cachorros, mas a seguir rejeitamos certas raças de cães.

Assim como eu não gostaria que meus filhos fossem discriminados como mexicanos, não gostaria que meu cão fosse mal julgado por ser um pitbull. Gostaria que as pessoas pudessem avaliar os pits baseadas em informações corretas e ações benéficas à sociedade humana que muitos deles realizam, e não na lenda urbana criada pela mídia sobre uma raça.

Por Cesar Millan

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